“A raiva é um vento que apaga a lâmpada da mente.”
Robert Green Ingersoll
orador porta-voz político norte-americano
Robert Green Ingersoll
orador porta-voz político norte-americano
Será que você tem ferida no coração? Será que realmente vale a pena? Pense!
Será uma ferida de outras épocas, talvez tão antiga que sua memória de longo prazo esteja em flashes confundindo sua razão. Quem sabe um ente querido insultou sua inteligência. Ou um ser querido o humilhou. Um companheiro o traiu. Talvez, um sócio lhe enganou, deixando você com opção de pagar as dívidas ou ir à falência. Mas, isso em outra reencarnação, alimentando assim um ódio sem controle.
Talvez uma ferida recente, guardada na memória temporal. Uma pessoa próxima, segundo seu negro entendimento lhe deve dinheiro. Ou fez uma orientação a um filho com objetivo de manter a disciplina. Os netos amados parecem ter esquecido que você existe. E a mágoa bateu nas portas do seu coração.
Então uma dúvida corrói seu íntimo, uma decisão deve ser tomada. “Apagarei o fogo, ou o alimentarei? Esqueço ou me vingo? Liberto-me, ou fico ressentido? Permitirei que sejam curadas minhas feridas, ou as transformarei em ódio?”. Aqui está uma boa definição de ressentimento: Quando deixamos nossas feridas se transformarem em ódio. Mas segundo o Kardecismo, em seu livro (L.E.), no capitulo VI, questão 292 apresenta o seguinte: “Alimentam ódio entre si os Espíritos?”, com a seguinte resposta dos imortais: “Só entre os Espíritos impuros há ódio e são eles que insuflam nos homens as inimizades e as dissensões”. No mesmo livro a questão 292 é comentada: “Existe ódio entre os Espíritos, sim, mas, somente dentre os inferiores, que ainda alimentam as paixões que correspondem ao egoísmo. Foi por isso que Jesus desceu à Terra, por bondade de Deus, para trazer a mensagem de amor, no sentido de libertá-los dessa escravidão. O ódio, a inveja, o apego são forças negativas que pretendem empanar a verdade, mas, sendo ilusão, não conseguem. Disse o Evangelho que somente a verdade ficará de pé. Os Espíritos Superiores se esqueceram completamente do estado d'alma contrário à caridade. Não alimentam o ciúme, por não terem apego a ninguém e a nada. Não conservam o egoísmo, por serem desprendidos das coisas transitórias. Não têm orgulho, por terem entrado no esquema da humildade. Não mentem, por saberem que a verdade é luz de Deus que liberta as criaturas. Porém, quando trabalham no meio de almas infelizes, no que tange à inferioridade, eles não julgam nem maltratam, porque eles já passaram por caminhos idênticos. Sabemos por que na Terra não existe a felicidade. A humanidade que nela se encontra, mesmo as criaturas que se esforçam para melhorar, ainda deixam escapar do coração alguns reflexos de ódio para aqueles com quem não simpatizam, e os que desconhecem as verdades espirituais acham que a violência, que a inimizade, que o orgulho e o egoísmo, devem formar o caráter do homem honrado. Nesse ambiente é que deixa de existir a solidariedade que fortalece a verdadeira fraternidade entre os povos. Já dissemos muitas vezes - e a repetição é consciente - que quando as nações adotarem o Evangelho de Jesus como Carta Magna para suas orientações, passando a viver a paz com o trabalho, a caridade como dever, e o amor como norma de vida, estarão plantando no mundo as sementes da felicidade de todos os povos. A Doutrina dos Espíritos tem a sagrada missão de fazer recordar o Evangelho na sua pureza primitiva, como soma de todos os esforços de muitos Espíritos enviados por Jesus à face do planeta, cada qual fazendo brilhar, pelo exemplo, uma letra do Livro Sagrado. Todas juntas formam um sol, que aquece e dá vida a nações e povos. Somente entre os Espíritos impuros há ódio, por desconhecerem o amor, mas, para tanto, existem mutirões de almas preparadas para que esse amor se estenda pelo reino humano. O culto do Evangelho no Lar, sob a inspiração do Espiritismo, é capaz de levar a compreensão à família, e quando as famílias entenderem esse tesouro, a sociedade passará a reformar seus sentimentos, e a Terra tornar-se-á um paraíso. O Satanás, que as velhas religiões têm como inimigo, é o orgulho, o egoísmo e o ódio, chefes de tantos outros nascidos das suas presenças no coração das criaturas. O maior combate não é fora de nós; é, pois, na intimidade do nosso mundo interior. Se nos livrarmos desses inimigos internos, romperemos a sintonia com os inimigos externos...”
Alimentar ressentimento é alimentar a ignorância de uma vida vazia e solitária. Alimentei ressentimentos minha vida toda, e hoje colho minha semeadura. Ressentir-se é permitir que aquilo que está nos matando, nos destrua completamente. Ressentir-se é atiçar um fogo que só aumentará as chamas das dores e das lágrimas. Existe uma frase interessante, que se diz com frequência no coloquial: “O ódio é a cocaína das emoções”. Aqueles que se inclinam à vingança inconscientemente se afastam mais e mais da capacidade de perdoar, porque a raiva é a única coisa que lhe proporciona energia. Então meus irmãos e irmãs, é tempo de livrar-se do ódio por que como a droga pode matar aquele que faz uso, a raiva também pode matar o raivoso. Pense nisto e comece a perdoar.
Relembrando novamente o Livro dos Espíritos, devemos repetir num único brado com as maiores forças dos nossos pulmões o tesouro de luz dado por Cristo à humanidade, quando disse, sintetizando os dez mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a vós mesmos”. Somente o amor isola o ódio e dá crescimento à presença de DEUS e CRISTO em nossos corações.
Texto com base nas sábias palavras de Daniel Carvalho Luz, grande escritor.
Um operário
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