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A vida se renova a cada desafio sem pedir licença, invade nosso ser, muda nosso rumo, bagunça nossas esperanças.

Uma escuridão, mas uma escuridão consciente, meio embaçada, como se eu estivesse submerso em lodo fétido de uma vida sem sentido. Assim descrevo os momentos que se seguiram as noticias que abalaram minhas estruturas emocionais, minhas convicções futuras e, meus planos.

Era uma consciência, mas uma consciência sem memória. Não consigo me lembrar do que se passou em minha cabeça naquele momento, que alias para minha mente embotada era o inicio do fim... Minha cabeça nevoada navegava ao som de um golpear profundo e ritmado, distante, porém muito forte, com as pulsações atingindo-me em cheio. Foi como uma dor aguda, nunca sentida, invadindo meu cérebro; olhos escurecidos; choro compulsivo.


No espiritismo aprendi que “somos primordiais” aos olhos do Criador, mas naquela ocasião me sentia um nada, um verme em charco lamacento lutando pela própria vida. Nesta apatia os dias foram passando, noites intermináveis de pura insônia, uma em seguida da outra. Até isso me foi tirado, e sem dormir, nem sonhar eu tinha permissão.

Não farei uma apologia a eupatia; mas minha doença me proporcionou momentos de muita união com os meus. O perdão chegou a minha caminhada, sentimento que alias, nunca, e isso por puro orgulho, aceitava. Acreditava, mesmo sendo espírita e depois espiritualista, que as pessoas que erram devem de alguma forma aprender com suas escolhas. E foi com essa convicção arraigada em meu íntimo que acabei aprendendo, também com minhas escolhas.

Apenas um adendo. É que todos os meus projetos de vida agora, após o episódio do diagnóstico, se iniciam pela manhã quando acordo, e terminam a noite ao me deitar, tirando isso sou igual a qualquer um. Só que hoje vivo um dia de cada vez, sem planos futuros, sem sonhos, mas com uma felicidade incontida. O que alias, em aspectos gerais, nada muda, pois todos os planos, só são planos, nada mais.


No começo as consultas me assustavam, as noticias eram sempre pavorosas. Mas nesse emaranhado de pensamentos perdidos, medos e lágrimas, conheci pessoas que de uma forma ou outra me ensinaram a superação, com seus gestos nobres, com suas palavras de reconforto e amor me ergueram da escuridão que eu mesmo implantei em minha vida.

A Fé chegou forte, um novo sentido se descortinou diante dos meus olhos e, tudo se clareou. Encontrei no meu espiritualismo de terreiro a ajuda que não esperava isso ao ouvir do nosso líder espiritual, Sr. Zé Baiano, que estava prostrado aos pés da divina imagem de JESUS implorando por minha cura, e só sairia quando o Amado Mestre lhe concedesse essa graça. Ou as palavras “O meu amor de mãe vai te curar”. Não existem palavras ou gestos meus que possam retribuir nem de perto essas atitudes de puro amor.

São quase um ano de muitas tristezas que foram superadas pelas alegrias.

No AC Camargo conheci pessoas tão lindas internamente que me surpreenderam. Dra. Renata Mayumi Takahashi me mostrou que tudo pode ser mudado, nada é certo, e com seu abraço no final de cada consulta saía fortalecido. Já o Dr. Thiago (oncologia), renovou minhas esperanças, minhas alegrias cresceram, e os resultados dos novos exames me fortaleceram. Hoje ainda tenho uma longa caminhada pela frente, mas sei que meus amigos, meus parentes, meu Sol, meus filhos, meus médicos, e todos aqueles que são meus pares nesta provação não me deixarão.

Para você meu irmão sofredor, nenhuma dor nesta vida é eterna. No espiritismo aprendi que somos o que de nós fizemos, e seremos o que de nós fizermos. Portanto, busque sempre o melhor, entregue aos companheiros de caminhada gestos sinceros: de perdão; de fidelidade; de amor; de caridade; de indulgência; de muita compreensão. Mesmo que para muitos isso pareça fraqueza, aos Divinos olhos dos imortais é um grande amor incontido.

A doença, no entanto não é o fim, mas o inicio de um novo caminho, que doravante será amparado pelas abençoadas mãos do Criador. Não desista, não se entregue, aceite a luta como um doce aprendizado, que o levará a voos altaneiros.

Um viva a Fé! VIVA...

Como diria o poeta: (Sérgio Lopes)
Quando a força te faltar, a coragem te deixar;
E as lágrimas banharem o teu rosto;
E sentir a sensação de uma eterna solidão esperando um futuro que passou.
É exatamente assim quando tudo está no fim quando já sofremos tanto no deserto;
Se tua força não puder te fazer ficar de pé esse é o momento do poder da Fé...


Um Operário.

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