O espiritismo nos mostra um
cartografia muito completa a cerca do comportamento humano. Indicando-nos
possibilidades diversas para sermos mais ou menos felizes, e a melhor forma
para conduzirmos nossas vidas. Porém, quando alguém, de alguma forma consegue
se destacar, é logo alvo de comentários maldosos, evoluindo para mexericos, ou
a pura e simples inveja.
Desde que o homem pensa, vive
livremente, faz as suas escolhas, a inveja existe. Em nossas caminhadas
desenvolvemos valores, e baseados nestes valores fazemos as escolhas que irão
nortear nossas reencarnações. No livro Alicerce do Paraíso da Igreja Messiânica, aprendemos que a
verdade, o bem e o belo, devem constituir as metas principais das nossas listas
de valores. No entanto, a verdade
muda na mesma medida que o conhecimento evolui, o bem se transforma devido às necessidades dos outros, e o belo se torna exigente quando o amor se
incorpora as formas.
Mas haverá sempre uma falta, e a
busca, logicamente, se faz necessária. Parafraseando o magnifico professor Clóvis
de Barros Filho (USP), desejar é buscar o que não se tem.
Ninguém deseja o que tem, nutrindo assim um desprezo pelo que já se possui,
ficando esquecidos nos baús de desejos assassinados pela presença. Por exemplo:
tenho muita fome porque tenho falta de comida. Ansioso pela refeição, como
demasiadamente. Como tanto que digo: “Não aguento mais comer nada, exceto
aquele pudim”. Aquele pudim é tudo de que preciso. Devoro o pudim. Satisfeito?
Não. Outra cabeça de “hidra” nasce no
lugar dizendo: “um cafezinho agora cairia
bem”. Tomo o cafezinho. Saciado para todo o sempre? Não. Uma “siesta” agora seria perfeita. E assim
vamos nós, de desejo em desejo buscando sempre uma vida que não temos. Claro
que isso se resume numa vida de prazeres; mas não dos prazeres de uma vida
luxuriosa, vazia. O que em grande parte confunde algumas mentes embotadas, que
insistem em ver nas pessoas originais ou mais ativas em determinadas área,
defeitos que só existem nas pequenas portinholas de suas mentes ciumentas.
Em nosso espiritualismo de terreiro, como em todos os seguimentos da
sociedade contemporânea o desgosto pela felicidade alheia é muito evidente. “A
inveja é uma admiração de se dissimula, o admirador que sente a impossibilidade
de ser feliz, cedendo a sua admiração, toma o partido de invejar”, Soren Kierkegaard. Mas não tratamos
aqui de um problema novo, alias esse pecado
nos segue há longa data, muito antes dos nossos tempos. Na bíblia sagrada,
temos a primeira manifestação da inveja na Gênesis 4: 4, quando Caim
decide matar Abel, por inveja da preferência de DEUS. Isso se não
considerarmos que tudo se iniciou com um personagem muito conhecido de todos
nós, que na tradução hebraica para o latim, seu nome aparece com uma qualidade
completamente diferente daquilo que conhecemos: “portador da luz”, ou como
nós acolhemos “Lúcifer”. Lúcifer
tornou-se orgulhoso de sua própria perfeição e beleza, e passou a invejar
profundamente a DEUS, desejando ser como ELE. Assim,
rebelou-se contra o seu Criador. Lúcifer dizia em seu
coração que subiria ao céu e, acima de todas as estrelas de DEUS,
ergueria o seu trono (Isaías 14: 12-14). Por esse motivo,
o querubim de luz começou a ofuscar-se, por fim, a inveja e o orgulho
tornou seu corpo denso, além de suas forças, provocando sua queda, que segundo
algumas lendas aconteceu no golfo de
Nápoles, Itália, onde fica o Vesúvio.
Mas o que é inveja? O Professor Leandro
Karnal diz que é o sofrimento pela felicidade do outro. Em grande
parte, completa o professor, ela confunde-se profundamente com a cobiça. No
entanto, a cobiça é vontade de ter o que os outros têm. Parece confuso, mas a
explicação do ilustre mestre é bem simples: A cobiça pode ser positiva, pois ela
pode nos incentiva a buscar novas alternativas quando gostamos de algo, e
lutamos para conseguir. Esse lado positivo não existe na inveja, já que, ela
sempre será a dor pelo que o outro tenha.
A vida se transforma a cada
passo, determinando novas direções, despertando novos valores. E, por
conseguinte mostrando-nos novas perspectivas, é claro que na maioria das vezes
escolhemos caminhos que nos distanciam de nossos objetivos de crescimento.
Viver é nos reinventarmos a cada instante, é aprender de nós mesmos como
conduzir nossas fraquezas e fortalecer aquilo que nos identifica como seres
humanos, nossas individualidades. No entanto, a inveja é justamente não ter capacidade de enxergar em nós esses
pontos, e todo nosso potencial.
É mais fácil na verdade invejar,
do que inovar, ou simplesmente desempenhar o papel seguindo o roteiro que a
vida nos escreveu. Afinal, inovar requer movimento, movimento por sua vez,
significa que teremos que deixar nossas zonas de conforto. Além logicamente de
não termos mais as desculpas (Leandro
Karnal) de nos sentirmos o centro do universo, com as
possibilidades de resmungarmos aos nossos pares que: Aquele que estuda mais que
“eu” é um CDF, quem estuda menos é um largado; aquele que malha mais que “eu” é
um vazio, quem malha menos é relaxado; aquele que tem mais dinheiro que “eu” é
ladrão, quem tem menos é miserável; aquele que trabalha mais que “eu” é puxa
saco, o que trabalha menos é vagabundo. Portanto, me considerando o centro do
universo, me contento em dizer que tudo acima de mim é um exagero e tudo que
vem abaixo é sempre uma falta. Com isso obviamente mascaro minha incapacidade,
diminuindo o outro numa vã tentativa de me elevar. É assim o modus operandi do invejoso.
“Bailando
no ar, gemia inquieto vaga-lume:
Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
Pudesse eu copiar o transparente lume,
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
Misera! tivesse eu aquela enorme, aquela
claridade imortal, que toda a luz resume!
Mas o sol, inclinando a rutila capela:
Pesa-me esta brilhante aureola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?”
Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
Pudesse eu copiar o transparente lume,
que, da grega coluna á gótica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
Misera! tivesse eu aquela enorme, aquela
claridade imortal, que toda a luz resume!
Mas o sol, inclinando a rutila capela:
Pesa-me esta brilhante aureola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?”
Machado de Assis, no seu
belíssimo poema intitulado “Circulo Vicioso”, explica que sempre falta algo em
nós, que encontramos no outro. Portanto, somos capazes de buscar aquilo que nos
falta, seja na vida de relacionamento, profissional ou religiosa. Por isso, não
é necessário invejar o do outro. Obviamente, não como descrito no poema do
imortal escritor. Mas quando definimos metas coerentes, podemos sim, alcançar
voos altaneiros.
Um Operário.
Para finalizar divido com vocês, como outrora alguém dividiu comigo, um belíssimo poema de Raimundo Correa que ilustra de forma magistral tudo o que conversamos. Diz Raimundo:
Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma,
e destrói cada ilusão que nasce.
Tudo o que punge, tudo o que devora o coração,
no rosto se estampasse;
se pudesse o espírito que chora Ver através da máscara da face,
quanta gente, talvez, que inveja agora nos causa,
então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo guarda um atroz,
recôndito inimigo, como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
cuja a ventura única consiste em parecer aos outros venturosa!
Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma,
e destrói cada ilusão que nasce.
Tudo o que punge, tudo o que devora o coração,
no rosto se estampasse;
se pudesse o espírito que chora Ver através da máscara da face,
quanta gente, talvez, que inveja agora nos causa,
então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo guarda um atroz,
recôndito inimigo, como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
cuja a ventura única consiste em parecer aos outros venturosa!
Preferimos vestir as mascaras de alegria nas redes sociais aguardando o troféu daquele que o vazio interiormente é evidente (kkkkkk); preferimos invejar a nos conhecer de verdade. Na Umbanda me descobri invejoso, orgulhoso, furioso; mas na Umbanda aprendi que aquela reforma íntima que defendi ferrenhamente nos bancos Kardecista, mas que nunca fiz, talvez por me julgar virtuoso, preparado, hoje sei, se faz necessária.
Um Operário.
O guru dos ateus dono de uma elegância sem tamanho, Leandro Karnal também não é perfeito e tem erros tanto no pensamento quanto como pessoa, mas já demonstrou claramente que discussão de ideias e pensamentos geralmente não é produtivo, e que ser de direita ou de esquerda não existe nada de errado com isso, o problema são os idealistas e crentes fanáticos, fundamentalistas e radicas que desrespeitam e consideram o do outro lado como inimigos e pessoas a serem desprezadas, não existe nada de errado com as correntes e linhas de pensamentos e sim com adeptos destes sem ética, respeito ou de uma mentalidade pequena demais. Leandro Karnal tem uma grande sensibilidade intelectual, tem uma grande mente aberta capaz de conviver em harmonia com aquele que mais discorda, e uma grande mente e alma assim, os espíritos vulgares costumam apelar o rebaixando a uma escala no qual são assim internamente, é o caso da crítica baixa e indigna que Olavo de Carvalho fez a Leandro Karnal, muito distante de uma dignidade de um gigante e uma alma capaz de beneficiar a humanidade em termos de educação e benefício social como Leandro Karnal é. Pode observar que aqueles que criticam Leandro Karnal apelando ou falando bobagem demais existe neles uma inveja de querer que Leandro Karnal não seja visto, lido, reconhecido… logo Olavo de Carvalho tem seu lugar nesse meio todo, o crescimento e influência de Leandro Karnal é absurdo, mentes abertas, espíritos nobres adoram Leandro Karnal, vários espíritas, ateus, religiosos, de esquerda e de direita e muitos outros adoram Leandro Karnal, ele tem uma diversidade que o acompanha independente de concordar ou não em tudo com ele, isso porque Leandro karnal é um espírito ético, avançado, privilégio de poucos mesmos. Se conhece uma pessoa pela capacidade dela de harmonioso relacionamento com quem mais discorda dela e não com quem mais lhe é afim, e nisto Leandro Karnal dar aula a qualquer um no mundo inteiro, algo que Olavo de Carvalho nem sendo instruído por espíritos nobres que já passaram e ainda existem no Planeta Terra jamais consegue compreender. É um privilégio a a qualquer um entrevistar, ver, conhecer, assistir… Leandro Karnal em passar pela experiência de um dia ter conhecido um pouco desse gênio brasileiro que forma discípulos e será ainda reconhecido mesmo que seja na posterioridade como um dos espíritos mais ilustres do século XXI. Eu quero ser como Leandro Karnal um dia na minha vida ainda.
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