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Qual é a Nossa Obra

“Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância”
João 10: 10

DEUS na Sua insuperável sabedoria criou-nos a Sua semelhança. Esse fato nos remete a ideia de uma vida vitoriosa, e de voos sublimes. Apesar disso, existem aqueles que ainda insistem em viver a sombra do seu orgulho, moldados pela fantasia de uma vida superficial, apegando-se a mediocridade que rege sua existência, seus atos, e tudo que toca.

Nas minhas andanças pela internet, tive o desprazer de conhecer as ideias de um ser infeliz que se intitula “pai de santo”, de longa vida religiosa, etc. Além de não ter nenhuma “cultura”, isso pelas suas palavras, também não possui base espírita no que afirma. São estórias desconexas, sem fundamentação, utilizadas para ameaçar outro suposto infeliz que por algum motivo o ataca. Como se diz no coloquial: “seria hilário, se não fosse trágico”.

Com isso veio a minha mente o espetacular livro “Qual é a tua obra?” escrito pelo professor Mario Sérgio Cortella. Cortella, dentre outras coisas, trata nesta obra a ética. A ética é completamente esquecida pelos supostos espiritualistas de terreiro, principalmente, aqueles que se julgam “filhos do príncipe”.

Mas, qual é a nossa obra?

Diariamente fazemos escolhas que de alguma forma irão conduzir nossas reencarnações, nossas vidas.

Por exemplo, quando decidi ingressar no nosso espiritualismo de terreiro, foi com a certeza que a vida estava me reservando um novo caminho. Mas, também, com a sólida convicção que essa escolha me levaria a voos sublimes. Não no sentido material, do retorno financeiro; mas no sentido moral, aquele ensinado fortemente nos bancos kerdecistas. Que exige uma mudança de paradigma, isso até para conseguir trilhar novos caminhos. Nome? Reforma íntima. A Umbanda na verdade tornou-se um processo pelo qual atingirei meu projeto de vida, como a entendo como um processo, essa mudança, é claro, nunca acabará, ou seja, ela sempre se adequará a um momento ou uma necessidade de minha busca. Então, não me considero pronto, nem poderia, mas em vias de. Claro que isso levará muitos anos, muitas reencarnações. 

Portanto a minha maior obra, é escrever a cada dia um novo capítulo dessa peça na qual sou o protagonista e o autor, onde os espectadores são todos aqueles que me rodeiam, e de alguma forma podem interagir comigo, mas nunca sem a minha permissão alterá-la, já que, DEUS me entregou a única pena, pela qual, as páginas de minha história aceitam a tinta. Chico Xavier trouxe-nos uma das mais belas verdades ensinada por Emmanuel: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. Podemos mudar sim, lembre-se de Paulo Freire, temos que ter esperança do verbo esperançar. Não adianta ficar amaldiçoando a escuridão, faz necessário ao menos uma vela a iluminarmos o caminho. 

Mas para tudo isso é imperativo que haja a mudança, não é possível que as pessoas acreditem que um trabalho dessa monta possa ser realizado sobre velhas roupagens. Albert Einstein, certa vez escreveu um pensamento que nos ajuda a compreender bem o que estamos analisando: “Tolice é fazer as coisas sempre do mesmo jeito, e aguardar resultados diferentes”. Aliás, é ai que mora a solução de todos os problemas da humanidade. Se tivéssemos o discernimento para entender que as respostas para todos os nossos desafios encontram-se nesta simples verdade, teríamos uma existência mais saudável, com tranquilidade e, principalmente em Paz, sem a falsa necessidade de se considerar “filho do príncipe”, para amedrontar ineptos que gastam seus tempos em discussões estéreis. 

- Entendi! Então a real obra de nossas vidas, é a construção de um novo ser, reconhecer-se como “filho de DEUS” e cocriador do Universo, o que de fato somos; é saber que nossas atitudes, nossos pensamentos mudam a atmosfera, tudo e todos que estão ao nosso lado. Mas, é lícito errar? Claro que sim... Existe um belíssimo livro chamado Alicerce do Paraíso escrito pelo fundador da Igreja Messiânica, Mokiti Okada, em seu terceiro volume, está escrito: “O bem e o mal se digladiam desde as eras mais remotas; jamais um predominou definitivamente sobre o outro. Refletindo bem, foi em consequência do atrito entre ambos que a civilização atingiu tão grande desenvolvimento”. Esse mesmo conflito nos estimula a sermos melhores, a encontrar dentro de nós a solução para nossas mais intimas indagações. Quando decidimos sinceramente mudar nossos rumos, uma batalha muito grande inicia-se, isso entre duas personalidades que se fundem em um único ser, onde o resultado será sempre a melhora, o enriquecimento moral, o desenvolvimento espiritual. Mas é claro que isso não é simples, para vencer essa batalha é necessário persistência, insistência e paciência. Há, no entanto, um grande aliado nos conduzindo na batalha, JESUS: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”, João 8: 36.   Portanto, o Grande Arquiteto da vida espera que ergamos os alicerces de nossa construção interior em terreno fértil semeado por JESUS quando aqui esteve, através de suas palavras, exemplo e amor. 

As religiões serão as chaves dessas construções, não da ponte para a riqueza, poder e o medo, mas para a real salvação. Ao invés de nos taxarmos como filho do príncipe, melhor seria sermos operário do REI, construtores de uma Paz maior, cocriadores da uma fé verdadeira, ou ao menos, humildes semeadores na vinha. 

O espetacular professor Clóvis de Barros Filhos, indica que desde que o homem existe, ele se deu conta que tem alguma coisa de errado na sua vida. Pois, quando se compara com o resto da natureza se da conta da abissal diferença. Segundo o professor, na natureza tudo é necessariamente do jeito que é: o vento venta, a maré mareia, o sapo sapeia. E tudo é do único jeito que poderia ser. Mas nas nossas vidas nada acontece dessa forma, ou seja, a cada passo temos que aplicar nosso livre-arbítrio, fazer nossas escolhas, isso com trezentos e sessenta graus de alternativas. Assim, acabamos jogando no lixo diversas vidas que gostaríamos de ter, mas, mesmo assim as descartamos em nome dos valores adquiridos, os quais mudam diversas vezes durante as nossas reencarnações. Por esse motivo, vale compreender bem a questão 919 de O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec: Qual o meio mais eficaz para nos melhorarmos nesta vida e resistirmos às solicitações do mal? R: Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo”.

Um Operário

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